Passando pelo centro de nossa cidade, na Praça Saldanha Marinho, você saberia me dizer o que existia anteriormente, antes da Praça ser praça? Antes de ter o Teatro, o coreto e o chafariz? Antes de ter um Banco, um viaduto e alguns camelôs?
No caso da sua resposta ser não, posso lhe contar o que tinha: Uma Igreja e um Cemitério. Pois é, um cemitério sim.
Isso porque, a muitos anos atrás, lá no século XVIII quando Santa Maria surgiu do acampamento de militares e integrantes da demarcação de limites dos território da coroa portuguesa, foi construída uma igreja católica (que era a religião oficial do Brasil dada a época) para prestar os serviços espirituais à população que estava em formação.
Já que se tinha uma sociedade surgindo e a pequena capela estava ali para suprir as necessidades religiosas da população, precisava-se também de um cemitério para que fossem feitos os sepultamentos dos mortos e os ritos fúnebres. Como era um costume não só no Brasil, como também nas Américas e na Europa, os cemitérios eram feitos do lado das igrejas. Em Santa Maria aconteceu da mesma forma, o primeiro cemitério da Vila de Santa Maria da Boca do Monte, foi construído do lado da capela da localidade, a Capela da Matriz, bem onde hoje fica a Praça Saldanha Marinho. Englobando ainda, o viaduto, a rótula da Av. Rio Branco com a rua Venâncio Aires, até aproximadamente o banco Banrisul.
Foi somente no final do século XIX que o cemitério municipal foi construído e o do centro da cidade foi desativado, os corpos transportados para o novo cemitério e o velho destruído para dar lugar a uma bonita e ampla praça para embelezar o centro da cidade. Naquele tempo, o novo cemitério ficava fora dos limites urbanos da nossa cidade.
Viu como Santa Maria cresceu tanto que o cemitério que era extramuros agora já está dentro da cidade novamente? É isso mesmo, os anos passaram, a cidade se desenvolveu, mais pessoas vieram morar aqui, muitas outras nasceram e o cemitério que havia sido construído para ficar longe do centro urbano, longe da cidade e das pessoas, agora fica na frente da casa de muita gente. Nos acostumamos com a visão do cemitério tão próximo, que muitas vezes nem nos damos conta que ele está ali e que tem uma história.
Autor: Ana Paula
fonte da imagem: Arquivo Histórico de Santa Maria
